Correios continuam a desrespeitar os moradores de Nilópolis
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Sim, você leu de forma correta a última frase, "resgatar suas encomendas" é o que o nilopolitano precisa fazer hoje em dia para conseguir receber seus produtos. As dificuldades em receber as encomendas nos endereços está cada vez maior e as alegações sempre apontam para a falta de segurança no município, porém, há casos em que tal alegação cai por terra, como é o caso da administradora Sarah Moreira.
Sarah, que mora no Centro de Nilópolis, há poucos metros do prédio onde funciona a Prefeitura do município, viveu uma situação, no mínimo curiosa. Ela encomendou uma luminária de pé para decorar a sua casa. Segundo a empresa que vendeu o produto pela internet, seriam postados nos Correios dois volumes, pois caso o produto fosse colocado em apenas um pacote, os Correios poderiam negar o transporte. "A empresa, diga-se de passagem, muito solicita, colocou os dois volumes no mesmo dia e horário e na mesma agência e me enviou o código de rastreio, para que eu monitorasse a mercadoria pela internet. Para minha surpresa, após 15 dias um dos volumes foi entregue na minha agência e o outro pacote foi colocado à minha disposição, para retirada em um depósito à beira da Via Dutra, em Nova Iguaçu", contou.
E já que a empresa não consegue fazer nada para melhorar, a demora na fila para conseguir retirar o produto passou de 1 hora. "Fiquei mais de uma hora em pé no sol para conseguir finalmente tirar a encomenda do "cativeiro", sem contar a falta de respeito em não entregarem o produto, ainda somos obrigados a aturar a má vontade dos funcionários que nos atendem totalmente irritados", denunciou.
Os Correios suspenderam a entrega em diversos bairros de municípios como Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo, Nilópolis e São João de Meriti, que considera área de risco, e passou a fazer as entregas somente nas agências. Procurada, a assessoria de imprensa dos Correios no Rio confirmou a restrição nas entregas mas não informou quais as regiões mapeadas como área de risco.
Problemas vão além da falta de segurança
O Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (SINTECTRJ) denuncia que os Correios acabaram com a escolta de segurança do transporte de encomendas. Os Correios explicam que trabalham em parceria com órgãos de segurança federal e estaduais.
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Segundo o diretor do SINTECTRJ, Pedro Alexandre Santana, há um ano os carros que fazem entregas de encomendas circulam sem proteção. “Em todo o Rio de Janeiro não há um carro de escolta. E toda vez que pedimos os Correios dizem que não há como arcar com esta despesa”, conta Santana.
Sem escolta ou qualquer tipo de segurança, os relatos de assaltos pelos carteiros são frequentes. Um funcionário que pediu para não ser identificado contou que já foi assaltado 15 vezes nos últimos cinco anos em Nilópolis. “Uma vez os bandidos entraram no carro e um deles colocou a arma na minha cabeça e rodamos por uns 10 minutos. Foi um terror psicológico, pensei que ia morrer”, contou.
Outra denúncia do SINTECTRJ é a falta de funcionários nas agências dos Correios. Segundo a entidade, uma agência de Caxias, por exemplo, que deveria ter 46 funcionários está trabalhando só com 12. Em Nova Iguaçu, um Centro de Entrega está funcionando com apenas 15 funcionários, quando deveria ter 38. “Muitos desistiram, outros estão afastados por problemas psicológicos causados pelos roubos”.
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